O peso do mundo
é o amor
Sob o fardo
da solidão
sob o fardo
da insatisfação
o peso
o peso que carregamos
é o amor
Quem poderia negá-lo?
Em sonhos
nos toca
o corpo,
em pensamentos
constrói
um milagre,
na imaginação
aflinge-se
até tornar-se
humano -
sai para fora do coração
ardendo de pureza -
pois o fardo da vida
é o amor,
mas nós carregamos o peso
cabsadis
e assim temos que descansar
os braços do amor
finalmente
temos que descansar nos raços
do amor.
Nenhum descanso
sem amor,
nenhum sono
sem sonhos
de amor -
quer esteja eu louco ou frio,
obcecado por anjos
ou por máquinas,
o último desejo
é o amor
- não pode ser amargo
não pode ser negado
não pode ser contido
quando negado:
o peso é demasiado
- deve dar-se
sem nada de volta
assim como o pensamento
é dado
na solidão
em toda excelencia
do seu excesso.
Os corpos quentes
brilham juntos
na escuridão,
a mão se move
para o centro
da carne,
a pele treme
na felicidade
e a alma sobe
feliz até o olho -
sim, sim,
é isso que
eu queria,
eu sempre quis,
eu sempre quis
voltar
ao corpo
em que nasci.
[ Uivo e Outros Poemas - Allen Ginsberg - Pag.: 63 ]
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
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